Nasci em 27 de janeiro de 1993, na cidade de Sobral (CE), onde resido até hoje. Em meados de 2007 conheci o mundo virtual voltado pras web novelas e me encontrei por aqui, me sinto em casa, desde então. Durante esses sete anos, mais ou menos, escrevi bastante mas publiquei pouco, e das coisas que publiquei posso falar sobre algumas:

 

O drama de Marcelo, que foi uma microssérie que abordava a questão da AIDS quando ela ainda era polêmica no mundo real e pouco tratada no mundo virtual. Foi meu primeiro passo, a primeira história publicada e como vocês devem saber, a primeira a gente nunca esquece. O protagonista Marcelo descobria que tinha o vírus e via seu mundo desabar por conta disso. Foram apenas três capítulos escritos e exibidos em 2007 na Rede Informação (hoje WebTV).

 

Dois anos depois veio Por Você, a primeira novela. A trama era altamente influenciada pelos dramalhões mexicanos que sempre me atraíram inexplicavelmente, tanto que o elenco escalado foi todo latino, e a trilha sonora toda em espanhol. Nela contei a história de amor conturbada entre Naely e Leonardo, um casal não convencional por terem idades bem diferentes, por serem de gerações diferentes. Eles tiveram que passar por poucas aprontadas por Lorena Gonzales, irmã do protagonista, além de muito preconceito, para finalmente conseguirem ser felizes. Como disse, era uma tipicamente mexicana, daquelas de fazer chorar (rs). A exibição (2008/2009) foi na época da transição de RedeInfo pra WebTV. Sinto saudades dela.

 

Por último e mais recentemente veio Laços de Amizade, exibida no ano passado. O projeto já era antigo, mas a pedido de Bruno Olsen que buscava uma trama do gênero teen pra emissora, reformulei a história toda (não recomendo kk). Seis jovens universitários morando juntos numa república comandada por uma mexicana nata. Desventuras do cotidiano de jovens estudantes como amor, amizade e tomada de decisões importantes em suas vidas marcaram o enredo da trama.

 

No período entre 2010 e 2012 não publiquei mais nada, na verdade me afastei um pouco desse mundo pra me dedicar mais a vida real. Vez ou outra eu dava uma passada sem compromisso, não conseguia me apegar a nenhuma web pra ler, foi um momento em que achei que sairia de vez, na verdade. Só que como eu mesmo disse, foi só um momento, depois senti falta e voltei. O Bruno me convidou pra assumir a vice-presidência da WebTV e eu aceitei, a partir de então tive que me responsabilizar por algumas coisas e publicar ficou mais difícil ainda. Daí a demora entre uma novela e outra.

 

Não sei se saberia dizer qual das minhas obras é a predileta. Todas tem sempre um carinho especial que não dá pra comparar, tudo depende da época em que se escreve e como foi o processo. Mas, costumo dizer que fico bem nostálgico quando lembro Por Você, creio que ela, por algum motivo que não sei explicar, me marcou mais.

 

Não decidi que queria ser escritor. Tenho uma breve recordação de como aconteceu. Eu, em sala de aula, comecei a escrever uma cena, tal qual acontece no roteiro hoje em dia. Desde então escrevia no caderno, no computador, até que encontrei o site da Rede Informação e resolvi fazer parte. Sempre rio de mim quando lembro que a princípio fiquei receoso de mandar qualquer material que eu tivesse pra alguém que não conhecia direito.

 

Não costumo centralizar minhas histórias em polêmicas ou algo do tipo, até porque acho que a polêmica acontece a partir da reação que o público apresenta ao ler a obra. Às vezes a nossa intenção ao escrever não é polemizar, mas as pessoas tendem a levar pra esse lado. Porém, existem alguns temas que nós, no senso-comum de modo geral, aceitamos como polêmica e que já tratei nas novelas como o próprio HIV, aborto, etc. É tudo muito clichê, eu sei. Mas, pode ser bastante polêmico, dependendo da forma como se apresenta e de como o público vai receber a informação.

 

Minha inspiração é o cotidiano e são também as tendências, é o que eu já vi ou vivi. Sejamos sinceros, aquela história de “nada se cria tudo se copia”, tem sim um fundo de verdade. No mínimo, você se baseia em algo que viu pra criar em cima, ninguém cria do nada.

Ídolos? Creio que não exatamente. Admiro pessoas, mas não vou citar. Em se tratando de mundo virtual também admiro muitos jovens autores que se dedicam diariamente a escrita, isso não é muito comum hoje em dia e só desejo que não desanimem e se superem sempre.

 

Detesto falar de mim porque não sei me definir enquanto personalidade e muito menos gosto de falar do que seriam minhas qualidades, até porque isso é bastante relativo. Me saio melhor falando do que faço. Gosto de música, sou eclético e ouço de tudo um pouco, mas em especial amo o samba brasileiro e nossa cultura de modo geral. Trabalho no setor de RH numa empresa de refrigerantes e na coordenação de uma escola pública. Nas horas livres costumo ficar na internet, escrever e ler, apesar da preguiça.

 

Pra eu me identificar com uma história ela tem que ser bem desenvolvida, independente do enredo. E se for extensa, tem que ser MUITO boa. Originalidade também me ganha. Hoje em dia a gente vê muita história que é mais do mesmo, mas mesmo que seja tem pelo menos que ser bem escrita. Aliás, eu primo por isso nos meus trabalhos e acredito que isso me caracteriza, sempre procuro escrever um bom texto.

 

Ainda este ano estarei a frente de um projeto na WebTV, é uma novela intitulada Filha de Oxum. A história faz parte do acervo da emissora e não é de minha autoria. Nunca foi ao ar porque o autor não escreveu todos os capítulos. Em comemoração aos nossos 10 anos de existência estarei investindo nela que na época em que foi anunciada gerou frisson no público por ter um enredo bem bacana e nada convencional. Tenho planos pro literário também. Comecei a escrever uma história do gênero, mas parei. Quem sabe publique ano que vem.

 

Não tenho sonhos e não acho isso errado. Deixo a vida me levar e mergulho naquilo que ela me oferece. Me comprometo com as oportunidades que surgem e desanimo várias vezes porque parece que sempre falta algo, mas já entendi que essa é a vida. Às vezes nem eu me entendo então ficar tentando explicar é em vão. Sou caseiro, não gosto muito de balada, o que não quer dizer que não frequente. Sou bipolar, difícil mas compreensivo, confuso mas consciente. Problemático. Vivo num eterno dilema interno pessoal. Não sei se é isso, mas senti que tinha que escrever.

 

Obrigado a todos que tiveram paciência pra ler (rs). Obrigado ao Félix, pelo espaço. Não levem nada pro lado pessoal, ok?! Algumas coisas que falei me definem momentaneamente, mas como eu disse: ora sou calmaria, ora tempestade.