Olá, meu povo. Algum tempo depois, estou de volta. Em frente ao meu computador, com um Barolo ao lado, pronto para abrir meu Microsoft Office Word e digitar uma crítica quentinha para todos os que me acompanham nesta humilde residência, digo, blog. Vinda do Belas Histórias, a série “The Time Is Now” é escrita por João Carvalho, que já se aventurou na escrita, na direção de site, na escrita (de novo) e na escrita (mais uma vez). O autor, que, de repente, anuncia uma obra e, dias depois, anuncia outra, acreditou, confiou, e entregou, ao humilde William (diretor de séries do Belas Histórias), a sinopse de sua obra. João Carvalho no BH... Como diz Ana Carolina na abertura da nova novela de Maneco para a Rede Globo: “Eu sei que vou chorar”. Desce!

A sinopse da obra é a seguinte: “A série policial conta a história de Jhon, um ex policial que sempre quis voltar a sua profissão. Jhon perde a mãe para um ataque cardíaco em pleno um tiroteio na sua casa, que fica perto de uma favela. A partir daí, Jhon se vê na necessidade de voltar a sua base policial, a qual foi afastado pelo poderoso traficante Estevão. É nesse momento,em um metrô que Jhon salva Sílvia, uma simples professora de inglês e também técnica de enfermagem de um assalto. A morte de Dona Alba é inevitável. Jhon é seqüestrado por Estevão. Depois de expulsar Jhon, Sílvia descobre através de um site, que Estevão é um criminoso. No esconderijo de Estevão,tudo está apagado, um tiro é lançado e Estevão é assassinado. Um mistério, várias pistas, quantas mortes irão surgir e somente um assassino. Quem matou Estevão?”

Para começar, desculpe forçá-los a ler uma sinopse tão grande mas, nos tempos atuais, autores estão inventando coisas tão loucas que as sinopses são de 40 folhas, prontas a ser entregues a Rede Globo de Televisão... Mas a Globo não recusaria uma obra pelo seu número de páginas na sinopse, mas pelo seu conteúdo, o que mais prezamos aqui. “The Time Is Now” começa contando o mundo do crime, as relações de polícia e ladrão. Porém, de repente, a história cria uma linha paralela, resultando num ‘serial killer’. Tempo para respirar...

Quando escrevemos uma obra, respeitamos seu tema e sua origem. E este é o erro de muitos aqui, no mundo virtual. Histórias que envolvem vários temas são histórias não fixas, histórias que não possuem um desenvolver nos capítulos/episódios, são histórias que começam pelo começo ou contam, ao logo da mesma, o que aconteceu no passado. Mas, no mundo virtual, infelizmente, faltam autores que prezem este tipo de visão e criem suas histórias sobre uma rocha firme, que mantenha seu tema e estilo padrão. E foi justamente isto que aconteceu em “The Time Is Now”. A trama entrelaça temas para chegar ao aspecto forte do autor, o ‘serial killer’. Para isso, ele precisou envolver histórias de suspense, ação, “Tropa de Elite” e uma dose grande de filmes nacionais dramáticos, em que a protagonista, na maioria das vezes, é uma pessoa humilde, que mora em uma comunidade carente. Professor é a chave para tal aspecto (já abordado). Portanto, temos algo clichê e nada envolvente, pois não permite que o leitor que aprecie o romance, leia a obra, afinal, são vários os temas trabalhados nela.

Passada a sinopse, vamos ao EPISÓDIO de número 1 da SÉRIE (não é novela!), conhecido, corretamente, por 1x01 ou 1.01 e chamado de “Piloto”.

Seguindo uma linha de raciocínio, vamos por partes.

Cabeçalho. Correto. João acertou no cabeçalho, algo que, hoje, nos roteiros, anda se confundindo e subtraindo ao longo do tempo, ou seja, a cada obra, uma informação é retirada.

Descrição. Errada. Aqui vem o problema. A primeira frase da descrição é a seguinte: “A vida de Jhon era um atormento. Desde quando ele foi afastado do grupo de policiais de São Paulo, sua vida mudou”. A descrição já começa no passado, ou seja, não é mais roteiro. E, novamente, chamo a atenção. Roteiro, é roteiro; literatura, narração, são o que os próprios nomes dizem! Não adianta querer contar o passado em uma linha (narração/literatura), se, no roteiro, isto é errado. Quer fazer do primeiro modelo? Escreva literatura. O problema será resolvido, mas não fique em cima do muro.

E então, passo a entender que, no texto, o autor põe, EM ALGUNS CASOS, em letras MAIÚSCULAS, o que se refere ao tempo presente (roteiro) e, em letras MINÚSCULAS, o que se refere ao passado (literatura). Errado. Caracterizar o texto de forma que ambos os gêneros se dividam, não torna a mistura correta.

Quanto aos diálogos, achei tudo muito monótono. Não teve emoção, não teve ação, não teve o prazer. Li por ler. Não me cativou, não me trouxe imaginação, afinal, as descrições ficaram mal estipuladas, exemplo: “Sílvia sai de seu quarto se encaminhando para a cozinha. A CAM. FOCA NA EXPRESSÃO DE SONO DE SÍLVIA”. A casa de Sílvia é como? Não deveria ter um cabeçalho para ambos os cômodos? Sim, teria, e, em ambos os cabeçalhos, automaticamente, a descrição ocorreria (ou não). Algo que senti falta, para, justamente, ter um toque a mais, foram as rubricas. Não as encontrei. Elas fariam presença, já que a narrativa não ajudou e a dramatização foi, praticamente, nula.

Na última cena, por ser série, esperava uma cena duradoura, que findasse a história retratada no episódio. Mais uma vez, um autor confunde SÉRIES com NOVELAS. Elas são TO-TAL-MEN-TE diferentes. Sendo assim, vários vícios de novelas acabam migrando na produção das séries, mas temos que aprender a diferenciar ambos os estilos, o que me fez ir até a página da emissora e conferir o tipo da obra, pois pensava, fielmente, que se tratava de uma novela!

Enfim. Para terminar, aconselho ao João que estude toda a parte de descrição e tire todas as suas dúvidas quanto aos gêneros ROTEIRO e LITERATURA. Em livros e artigos da própria Literatura, podem se encontrar. Seria bom se fizesse isso, para que, da próxima vez, não manche toda uma história (confusa, por sinal), com mais erros lógicos.

É isso. Até mais.